segunda-feira, 22 de junho de 2015

Euller e a fórmula que prova a existência de Deus.

Euller e a fórmula que prova a existência de Deus.

     O texto abaixo não serve para mostrar a existência Deus, porque a Matemática não trata de provar ou negar a existência de seres reais, mas serve para ilustrar o que pode fazer o medo e a ignorância da Matemática: perder uma discussão.
      O episódio que durante muitos anos divertiu os salões cultos de toda a Europa foi causado por uma “equação- brincadeira” que EULER inventou para convencer Diderot(eminente intelectual francêsda existência de Deus. O filosófico francês frequentava nessa altura a corte da monarquia russa e, com a sua brilhante conversação, cada vez conseguia mais adeptos das suas crenças ateo-panteístas. 
Catarina II, preocupada, dirigiu-se a EULER que, pelo contrário, sempre fora um fervoroso cristão. EULER, sabendo que Diderot percebia tanto de matemática como de chinês, mandou-lhe dizer que tinha encontrado uma equação algébrica com a qual se demonstrava infalivelmente a existência de Deus. Na noite do encontro entre Euler e Diderot foram convidados os melhores intelectuais presentes em Sampetersburgo. Depois da troca de cumprimentos, Diderot aceitou com prazer a discussão sobre a existência de Deus.
 Mas a certa altura, Euler com voz calma disse-lhe: Monsieur, (a+bn)/n=X, donc Dieu existe; répondez!' (Cavalheiro, (a+bn)/n=X, portanto, Deus existe. Responda!) Anteriormente, Diderot tinha já eloquente e vigorosamente refutado numerosos argumentos filosóficos para a existência de Deus, mas neste momento, incapaz de compreender o significado da equação matemática, que Euler lhe apresentara, sentiu-se intimidado e não proferiu palavra.

      Esta afirmação, partindo de um matemático com a fama de EULER, pareceu a Diderot um discurso perfeitamente sensato e, ignorante como era dos processos algébricos e do seu significado, permaneceu calado por alguns segundos intermináveis. Depois, os espectadores explodiram numa estrondosa gargalhada. Sentindo-se escarnecido, Diderot pediu a Catarina para abandonar a corte  e voltar para França. Era exactamente o que a imperatriz queria.
 

* Texto extraído do JME nº. 48,

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